sexta-feira, 29 de julho de 2011

Depressão


Eu decidi falar um pouco, e mostrar o muito que causa a depressão na vida de uma pessoa, e das que a cercam....


Desculpem ficou um pouco extenso, mas muito importante.

Demorei para admitir que precisava de ajuda, achei que o TEMPO era o melhor remédio, para uma superação de tantos fatos ocorridos em minha vida, fatos esses, que me causaram sofrimento extremo e medo. Afinal depois de tudo que passei, achei que levaria um tempo para me recuperar...
 Quero que esse post sirva como ALERTA, para todos que sofrem desse  mal e daqueles que estão ao lado de quem precisa de ajuda. No meu caso foi um médico de pronto socorro, que mandou procurar ajuda em dia que passei muito mal e fui parar no hospital com pressão alta e batimentos acima de 146, fiz 'eletro' e exame cardíaco.....



Generalidades
Depressão é uma palavra freqüentemente usada para descrever nossos sentimentos. Todos se sentem "para baixo" de vez em quando, ou de alto astral às vezes e tais sentimentos são normais.



 Nota PessoalExiste ainda o estado de tristeza profunda uma certa depressão ocasionada por perda de um ente querido ou falência de empresa....ou seja, é uma tristeza profunda, porém passageira. É um momento difícil que se vive, é um estado de espírito. 


A depressão, enquanto evento psiquiátrico é algo bastante diferente: é uma doença como outra qualquer que exige tratamento. Muitas pessoas pensam estar ajudando um amigo deprimido ao incentivarem ou mesmo cobrarem tentativas de reagir, distrair-se, de se divertir para superar os sentimentos negativos.

 Nota Pessoal -> Impossível reagir, porque não há alegria, nem vontade de viver, tudo a sua volta parece estar errado, o mundo parece estar contra você, portanto as forças para superar não existem. Nesse caso não tem como ter força de vontade ou apenas o querer, porque é um sintoma/doença, e não apenas um estado de espírito.


Os amigos que agem dessa forma fazem mais mal do que bem, são incompreensivos e talvez até egoístas. O amigo que realmente quer ajudar procura ouvir quem se sente deprimido e no máximo aconselhar ou procurar um profissional quando percebe que o amigo deprimido não está só triste.  


 Este tipo de engano é o mesmo que uma pessoa comete ao comparar as suas fases de baixo astral com a depressão psiquiátrica de um amigo. Ninguém sabe o que um deprimido sente, só ele mesmo e talvez quem tenha passado por isso. Nem o psiquiatra sabe: ele reconhece os sintomas e sabe tratar, mas isso não faz com que ele conheça os sentimentos e o sofrimento do seu paciente.


Nota Pessoal --> Depressão é a tristeza quando não tem fim, quadro muito diferente do entristecer passageiro ligado aos fatos da vida


Como é? 
Os sintomas da depressão são muito variados, indo desde as sensações de tristeza, passando pelos pensamentos negativos até as alterações da sensação corporal como dores e enjôos. Contudo para se fazer o diagnóstico é necessário um grupo de sintomas centrais:

  • Perda de energia ou interesse  
  • Humor deprimido 
  • Dificuldade de concentração  
  • Alterações do apetite e do sono 
  • Lentificação das atividades físicas e mentais 
  • Sentimento de pesar ou fracasso 
Os sintomas corporais mais comuns são sensação de desconforto no batimento cardíaco, constipação, dores de cabeça, dificuldades digestivas. Períodos de melhoria e piora são comuns, o que cria a falsa impressão de que se está melhorando sozinho quando durante alguns dias o paciente sente-se bem. 


Geralmente tudo se passa gradualmente, não necessariamente com todos os sintomas simultâneos, aliás, é difícil ver todos os sintomas juntos. Até que se faça o diagnóstico praticamente todas as pessoas possuem explicações para o que está acontecendo com elas, julgando sempre ser um problema passageiro.

 Nota Pessoal--> Os primeiros oito meses, eu apenas ficava deitada vendo tv, e se alguém morresse ao meu lado acho que nem ligaria...
Na depressão, o existir é um fardo insuportável. "A tristeza é tanta que acordo pela manhã e não encontro razão para levantar...

Outros sintomas que podem vir associados aos sintomas centrais são: 
  • Pessimismo 
  • Dificuldade de tomar decisões 
  • Dificuldade para começar a fazer suas tarefas 
  • Irritabilidade ou impaciência 
  • Inquietação 
  • Achar que não vale a pena viver; desejo de morrer 
  • Chorar à-toa  x
  • Dificuldade para chorar 
  • Sensação de que nunca vai melhorar, desesperança... 
  • Dificuldade de terminar as coisas que começou 
  • Sentimento de pena de si mesmo 
  • Persistência de pensamentos negativos 
  • Queixas freqüentes 
  • Sentimentos de culpa injustificáveis
  • Boca ressecada , constipação x, perda de peso x e apetite, insônia , perda do desejo sexual x
  • Nota Pessoal --> Além dos descritos acima, sinto tremores, formigamento e batimentos acelerados  x esses são assinalados que eu não sinto


Diferentes tipo de depressão
Basicamente existem as depressões monopolares (este não é um termo usado oficialmente) e a depressão bipolar (este termo é oficial). O transtorno afetivo bipolar se caracteriza pela alternância de fases deprimidas com maníacas, de exaltação, alegria ou irritação do humor. A depressão monopolar só tem fases depressivas. 




Depressão e doenças cardíacas
Os sintomas depressivos apesar de muito comuns são pouco detectados nos pacientes de atendimento em outras especialidades, o que permite o desenvolvimento e prolongamento desse problema comprometendo a qualidade de vida do indivíduo e sua recuperação. Anteriormente estudos associaram o fumo, a vida sedentária, obesidade, ao maior risco de doença cardíaca. 



Agora, pelas mesmas técnicas, associa-se sintoma depressivo com maior risco de desenvolver doenças cardíacas. A doença cardíaca mais envolvida com os sintomas depressivos é o infarto do miocárdio. Também não se pode concluir apressadamente que depressão provoca infarto, não é assim. Nem todo obeso, fumante ou sedentário enfarta. Essas pessoas enfartam mais que as pessoas fora desse grupo, mas a incidência não é de 100%. Da mesma forma, a depressão aumenta o risco de infarto, mas numa parte dos pacientes. Está sendo investigado.



Depressão no paciente com câncer
A depressão costuma atingir 15 a 25% dos pacientes com câncer. As pessoas e os familiares que encaram um diagnóstico de câncer experimentarão uma variedade de emoções, estresses e aborrecimentos. O medo da morte, a interrupção dos planos de vida, perda da auto-estima e mudanças da imagem corporal, mudanças no estilo social e financeiro são questões fortes o bastante para justificarem desânimo e tristeza. O limite a partir de qual se deve usar antidepressivos não é claro, dependerá da experiência de cada psiquiatra. A princípio sempre que o paciente apresente um conjunto de sintomas depressivos semelhante ao conjunto de sintomas que os pacientes deprimidos sem câncer apresentam, deverá ser o ponto a partir do qual se deve entrar com medicações.

Existem alguns mitos sobre o câncer e as pessoas que padecem dele, tais como"os portadores de câncer são deprimidos". A depressão em quem tem câncer é normal, o tratamento da depressão no paciente com câncer é ineficaz. A tristeza e o pesar são sentimentos normais para uma pessoa que teve conhecimento da doença. Questões como a resposta ao tratamento, o tempo de sobrevida e o índice de cura entre pacientes com câncer com ou sem depressão estão sendo mais enfocadas do que a investigação das melhores técnicas para tratamento da depressão.

Normalmente a pessoa que fica sabendo que está com câncer torna-se durante um curto espaço de tempo descrente, desesperada ou nega a doença. Esta é uma resposta normal no espectro de emoções dessa fase, o que não significa que sejam emoções insuperáveis. No decorrer do tempo o humor depressivo toma o lugar das emoções iniciais. Agora o paciente pode ter dificuldade para dormir e perda de apetite. Nessa fase o paciente fica ansioso, não consegue parar de pensar no seu novo problema e teme pelo futuro. As estatísticas mostram que aproximadamente metade das pessoas conseguirá se adaptar a essa situação tão adversa. Com isso estas pessoas aceitam o tratamento e o novo estilo de vida imposto não fica tão pesado.




A identificação da depressão
Para afirmarmos que o paciente está deprimido temos que afirmar que ele sente-se triste a maior parte do dia quase todos os dias, não tem tanto prazer ou interesse pelas atividades que apreciava, não consegue ficar parado e pelo contrário movimenta-se mais lentamente que o habitual. 

Passa a ter sentimentos inapropriados de desesperança desprezando-se como pessoa e até mesmo se culpando pela doença ou pelo problema dos outros, sentindo-se um peso morto na família. Com isso, apesar de ser uma doença potencialmente fatal, surgem pensamentos de suicídio. Esse quadro deve durar pelo menos duas semanas para que possamos dizer que o paciente está deprimido.



Causa da Depressão
A causa exata da depressão permanece desconhecida. A explicação mais provavelmente correta é o desequilíbrio bioquímico dos neurônios responsáveis pelo controle do estado de humor. Esta afirmação baseia-se na comprovada eficácia dos antidepressivos. O fato de ser um desequilíbrio bioquímico não exclui tratamentos não farmacológicos. 



O uso continuado da palavra pode levar a pessoa a obter uma compensação bioquímica. Apesar disso nunca ter sido provado, o contrário também nunca foi.
Eventos desencadeantes são muito estudados e de fato encontra-se relação entre certos acontecimentos estressantes na vida das pessoas e o início de um episódio depressivo. Contudo tais eventos não podem ser responsabilizados pela manutenção da depressão. Na prática a maioria das pessoas que sofre um revés se recupera com o tempo. Se os reveses da vida causassem depressão todas as pessoas a eles submetidos estariam deprimidas e não é isto o que se observa. 



Os eventos estressantes provavelmente disparam a depressão nas pessoas predispostas, vulneráveis. Exemplos de eventos estressantes são perda de pessoa querida, perda de emprego, mudança de habitação contra vontade, doença grave, pequenas contrariedades não são consideradas como eventos fortes o suficiente para desencadear depressão. O que torna as pessoas vulneráveis ainda é objeto de estudos. A influência genética como em toda medicina é muito estudada. Trabalhos recentes mostram que mais do que a influência genética, o ambiente durante a infância pode predispor mais as pessoas. O fator genético é fundamental uma vez que os gêmeos idênticos ficam mais deprimidos do que os gêmeos não idênticos.



Estados ansiosos-depressivos:
  • o ansioso / o depressivo
  • inquieto / tem certeza da infelicidade
  • inibido / desanimado
  • febril / desligado
  • ativo / inativo
  • enerva-se / escarnece a situação
  • fugidio / imóvel
  • oprimido / desesperado
  • irritado / triste
  • não consegue dormir / acorda tarde
  • procura uma saída / não vê solução
  • quer sarar / não quer mais acordar
  • teme a morte / deseja a morte
  • se sente tenso / se sente vazio
  • não consegue se concentrar / não consegue refletir
  • colérico / indiferente
  • suportam mal os outros / se auto-acusa
  • não consegue fazer nada / deseja não fazer nada
  • vê perigos / vê desgraças
  • diarréia / resfriados
  • transpira / frio



Nota Pessoal --> Agora estou tomando remédio, e logo no terceiro dia do tratamento eu já me sentia bem mais calma, só isso já estava sendo um alívio, depois veio a sensação de bem estar, alegria, positivismo, vontade de estar com os amigos, enfim, apesar da relutância em tomar remédios achando que eu poderia vencer sozinha, entendi que o remédio nada mais é que um repositor da serotonina e outros que paramos de produzir. 


A deficiência de serotonina tem sido associada à ansiedade e à depressão.



Em edição especial, a revista "Science" traz uma discussão sobre o conjunto de idéias mais aceito atualmente para explicar a depressão: a hipótese do estresse.
Segundo essa hipótese, em resposta aos estímulos agressivos do ambiente, o hipotálamo produz um hormônio (CRF) para convencer a hipófise a mandar ordem para as supra-renais produzirem cortisol e outros derivados da cortisona.
Na depressão a dopamina, serotonia e outras substâncias químicas como a noradrenalina, ácido gama-aminobutírico e aceticolina ficam alterados, desorganizando o estado de humor, as emoções, capacidade mental e o bem estar geral do organismo

Tratamento:
Como qualquer outra doença física, o tratamento da depressão será feito após uma avaliação física e psíquica por um médico psiquiatra. O tratamento inclui o aconselhamento psiquiátrico e os remédios antidepressivos, que regulam a química cerebral.

Ás vezes a medicação precisa de ajustes, ou tem um efeito colateral incômodo. Por isso é importante a visita periódica para a avaliação médica e o ajuste ou troca do medicamento. Os antidepressivos demoram de duas a quatro semanas para atuar efetivamente na doença. Uma vez restaurada a química cerebral a depressão tende a melhorar e fica mais fácil erguer a cabeça e tomar uma atitude perante a vida.

Mas é importante ressaltar que apesar da melhora o tratamento ainda vai continuar por um prazo indeterminado, sob a avaliação do psiquiatra.

Além da medicação é importante a psicoterapia, a força de vontade do paciente de correr atrás dos seus sonhos (objetivo), o auxílio da família, dos amigos e de um grupo de ajuda. Quanto mais amparado o paciente estiver, melhor será o processo de cura.

Fontes:
Psicosite Espaço
Vida Clínica
 
Drauzio Varella

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